Com representantes de algumas das entidades que compõem a coordenação nacional,
a Frente Nacional sobre Drogas e Direitos Humanos (FNDDH) se reuniu na sede do
CFESS, em Brasília (DF) neste sábado, 27 de maio. Compareceram, além do CFESS,
representado pela conselheira Heleni Ávila, integrantes do Conselho Federal de
Psicologia (CFP), do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), da Rede
Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (RENILA), da Associação Brasileira
de Saúde Mental (ABRASME) e da Pastoral Nacional do Povo da Rua.
Um dos
pontos de debate foi a definição das novas ações estratégicas da Frente. A
conselheira do CFESS afirmou que o grupo definiu que as reuniões da Frente
Nacional devem continuar ocorrendo de maneira itinerante, de forma a percorrer
estados diferentes, na medida em que há descentralização. "Avaliamos que estas
reuniões precisam estar articuladas com ações também ampliadas nestes estados,
como um ato político, sendo a sugestão de mobilizar Assembleias Legislativas ou
Câmaras Municipais para chamar audiências públicas como Reunião da FNDDH",
apontou Heleni Ávila.
Ela acrescenta que as reuniões ampliadas da FNDDH
devem ocorrer nas cidades em que há implementação do Plano de Combate ao Crack
com o uso da Força Nacional, realizando audiências públicas, seguindo a seguinte
ordem de prioridade: Rio de janeiro em julho, Salvador em agosto, Recife em
Setembro e Fortaleza em outubro.
Além disso, o grupo também avaliou as
mobilizações a respeito do projeto de lei (PL) 7424/2010, que regulamenta o
exercício da profissão de Terapeuta em Dependência Química, além dos PLs sobre
internação compulsória.
O relatório da reunião afirma que a criação de
uma profissão, conforme propõe o citado PL, deve estar pautada em demanda social
relevante, que vise conhecimento e competência especializados, que sejam
necessários para a realização de certas tarefas. "Observa-se, então que o
cuidado à dependência química já está previsto nas políticas de saúde do país e
já possui profissionais habilitados e competentes para efetivação dessa
política. Assim, é um equívoco considerar que a criação de uma profissão
técnica para o cuidado à dependência química poderá de alguma maneira contribuir
para o avanço da saúde. Além de não contribuir, a criação dessa profissão pode
trazer retrocesso, reforçando o modelo assistencial que precisa ser eliminado, e
trazendo novos embates relacionados à disputa de mercado de trabalho", diz
trecho do documento.
Por fim, uma das propostas que também foi aprovada é
a de a FNDDH fazer contato com as assessorias das Comissões de Direitos Humanos
e de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados solicitar uma
audiência pública. O objetivo é, além de divulgar a FNDDH, prestar contas de
suas ações durante o ano e denunciar as políticas em curso no campo do álcool e
outras drogas e a higienização social.
Realização:
Associação dos Usuários do Serviço de Saúde Mental (ASSUSAM)
Centro Nacional de Defesa de Direitos Humanos da População em Situação
de Rua e Catadores de Material Reciclável (CNDDH)
Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG)
Conselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais (CRESS-MG)
Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade
Grupo Solidariedade BH
Instituto de Direitos Humanos (IDH)